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Entrevista com Butcher Billy

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Em um café no centro de Curitiba, no Paço da Liberdade, entrevistamos “Butcher Billy” um designer que esta a mil com diversos projetos espalhados pelo mundo impulsionado pelas redes sociais.

The Sid & Nancy Nintendo Lost Levels

The Superhero Media Crossover Project

A Clockwork Orange Babies Design Concept

Dead Rockers, Modern Times

Dead Rockers, Modern Times

Olá Billy vamos começar! Poderia falar um pouco de sua formação profissional, onde vc atua profissionalmente e quais são as suas áreas de interesse profissional?

 Eu sou formado em Desenho Industrial – Habilitação em Programação Visual pela PUCPR, e atuo como Diretor de Criação da Pontocom Agência de Internet em Curitiba. Além disso dou aulas de Arte e Criação na Web no Curso de Mídias Digitais do Centro Europeu.

Minha formação foi totalmente voltada ao design gráfico, e isso me deu uma base forte na ilustração e desenho em geral. Mas eu nunca me identifiquei por completo apenas com isso. Foi só quando eu migrei para o digital é que me senti na minha praia. Tudo me interessa – as novas tecnologias, mídias sociais, cultura de internet, comportamento, plataformas, marketing digital e o papel importantíssimo do design nisso tudo.

O nome “Butcher” está ligado a açougueiro pela simples tradução, o que vc tem de “açougueiro”?

O nome começou há alguns anos atrás na forma de um projeto de música eletrônica. Como eu trabalhava muito com samples, “recortando” pedaços de sons antigos e misturando com outros, eu achei apropriado, além de sonoro, o pseudônimo Billy The Butcher.

Com o tempo o projeto de áudio acabou ficando de lado, e o engraçado é que no projeto atual eu passei a fazer exatamente a mesma coisa só que de forma imagética. Seja na manipulação fotográfica ou na ilustração conceitual, eu estou sempre “fatiando” vários conceitos visuais e misturando. Então nada mais natural que manter o nome.

Seu trabalho vem ganhando destaque nacional e internacional, como vc define seu trabalho? Arte? Design?

Tem sido muito interessante ver a repercussão em portais, blogs e revistas gringas, e as reações das diferentes nacionalidades aos conceitos dos projetos. Eu tenho recebido feedbacks tão diversos que vão desde tablóides ingleses pedindo permissão para publicação off-line até artistas de graffiti de NYC querendo os arquivos originais para fazer street art.

Uma história curiosa foi uma pequena fábrica na Finlândia querendo os desenhos para aplicar em pranchas de snowboard. Achei tão legal que cedi os arquivos pra eles e só pedi para me enviarem uma prancha pra usar como peça de decoração!

Mas de maneira geral eu diria que o meu trabalho repercute e dá frutos bem mais fora do país. Por enquanto parece que um projeto precisa rodar o mundo antes para começar a fazer um certo barulho por aqui.

Minha formação acadêmica é no Design, e eu gosto de pensar que até nos meus projetos mais artísticos tem muito de design thinking, porque eu penso muito no conceito daquilo que eu estou transmitindo, apesar de no final o formato ser de entretenimento pop. Na manipulação e liquifidicação de elementos de cinema, cartoons, games, música, literatura e cultura pop em geral eu estudo referências visuais de períodos, tipografia, crossover de mídias distintas, escolas de arte, estilos de diferentes artistas e muita conceituação e embasamento. E no final acho que isso se torna um diferencial.

Um dos destaques notados em seus trabalhos são as contradições e conflitos de gerações, de onde partiu essa ideia?

Acredito que parte do simples fato de ter plena consciência de que eu não pertenço a geração que consome o meu trabalho. Pelo menos eu acredito que uma grande parte dela, senão a maioria, está pelo menos uma geração a frente. Eu não tive internet na escola, e durante a faculdade eu tive o acesso precário do início e popularização da web que foi melhorando aos poucos.

Então naturalmente eu carrego um pouco de como era essa vida, que hoje parece tão jurássica, e esse comportamento, e tento usar isso como um diferencial. E ao mesmo tempo, até por trabalhar em uma agência de internet, eu vivo intensamente o momento atual. Esse clash é inevitável.

Vc tem alguma relação mais profunda e pessoal ou até mesmo saudosista com os personagens e/ou situações que vc expõe em seus projetos? Poderia nos citar alguns?

Acho que até sem nem mesmo eu perceber existe uma forte presença de elementos visuais e referências dos anos 80 e 90, que representam a minha infância e a minha adolescência.

Acredito que foi quando a cultura pop propriamente dita realmente se estabeleceu e foram períodos ricos em conteúdo, do cinema, quadrinhos, música, games e etc. Muito do que acontece nos campos criativos de muitas mídias atuais é puro remake dessas décadas.

Então a combinação do que aconteceu nessas áreas naqueles determinados períodos de tempo está de uma maneira ou de outra refletida no meu trabalho.

Seu trabalho que transforma os personagens do filme “Laranja Mecânica” em bebês fofinhos, insere certa inocência à um mundo de extrema violência,  qual a principal mensagem desse projeto analisando o mundo em que vivemos?

Violência é um tema adulto, e assim como outros temas como sexo, comportamento, política e etc, é, hoje em dia, informação transmitida livremente pela internet para quem quiser absorver. Não há mais como frear o livre acesso. Isso pode ser muito bom e muito ruim, com uma geração que aos 3 anos de idade manipula tablets e smartphones e que mal aprendeu a escrever e já está teclando na internet.

O subtexto do meu projeto fala disso, mas na verdade a obra original é tão genial e atemporal que ela própria já falava sobre isso desde os anos 60. No livro o ultraviolento Alex não tem mais de 15 anos de idade. O que eu fiz foi apenas potencializar isso tudo.

Por enfatizar certas “celebridades” hollywoodianas ou musicais, seu trabalho muitas vezes pode ser reprovado por alguns fãs, seu projeto “Deadrockers, Modern Times” é exemplo disso. Como vc recebe as críticas desse público em específico?

Eu acredito que quando você lida com ícones e ídolos pop que fazem parte do imaginário coletivo você deve esperar todo tipo de reação, porque você está mexendo com as influências e inspirações das pessoas – alguns levam numa boa e outros se sentem totalmente ultrajados.  E confesso que esses são os mais divertidos de se acompanhar.

Quando você coloca um iPad nas mãos do Kurt Cobain, você pode estar simplesmente criando um paradoxo temporal e comportamental engraçado; ou pode estar sujando a memória do herói de uma geração inteira, que nunca se entregou ao sistema, com um símbolo do capitalismo.

São interpretações totalmente distintas de uma única sugestão, que dependem unicamente da cabeça de quem está vendo. Eu gosto mesmo dessa ideia de polemizar através da manipulação provocativa do imaginário coletivo, sem medo de admitir. Gosto de ver as reações e analisar o comportamento das pessoas.

Quais as ferramentas digitais que vc utiliza em seu processo de criação?

Eu uso meios puramente digitais no meu processo criativo, ferramentas de ilustração e edição como Illustrator e Photoshop. Mas eu confesso que não gosto muito da limpeza que o digital proporciona – não consigo resistir a adicionar toques analógicos, mesmo que simulados, para “sujar” a criação final e deixá-la com um feeling old-school.

Minhas referências temporais preferidas são períodos em que a tecnologia não fazia parte do processo criativo, como o design dos anos 70 até o começo dos 90. Meus verdadeiros ídolos são os que faziam isso antes do advento da web, ou que a transcendem sem se limitar a ela. Salvador Dali, Jack Kirby, Robert Crumb, Andy Warhol, Banksy, D*Face, Kidult. No Brasil, Angeli, Laerte, Fernando Gonsales e Carlos Zéfiro são alguns.

Como você avalia o uso  do Photoshop por amadores que muitas vezes são confundidos por artistas?

Qualquer um hoje em dia pode ter acesso as mesmas ferramentas que um profissional usa, a diferença está em o que você faz com elas. Eu gosto de pensar que os meus diferenciais – sejam conhecimentos, estudos, pesquisas, talentos ou criatividade – transparecem no conteúdo que eu estou entregando, mas isso depende unicamente do alcance e da visão das pessoas que estão consumindo o meu trabalho.

Eu sei que não sou o melhor ilustrador ou o melhor manipulador de imagens, mas acredito que a aplicação de boas ideias muitas vezes fazem um trabalho se sobressair bem mais do que outros melhores tecnicamente. É a lei da selva da web – uma ideia simples e genial vai viralizar muito mais do que aquela sem sal em que o cara trabalhou dia e noite durante meses.

Existe um projeto pessoal de expandir seus trabalhos para outras plataformas além da internet? Quais seriam?

Eu comecei a lançar esses projetos há pouco tempo atrás – não mais que 6 meses, mas tenho uma preocupação muito grande em não passar a me repetir. Tanto nos conceitos quando nos formatos.

Uma das minhas maiores influências é a street art, e eu já estou começando a incorporar isso não apenas imageticamente, mas aos poucos à níveis mais concretos, para fazer os projetos saírem (literalmente) da casinha.

Animação me interessa bastante, mas nada muito complexo. Gosto de experimentações na forma de gifs, acho que é um formato mais compacto que tem tudo a ver com a web e as mídias sociais. E mais pra frente pretendo ressuscitar a encarnação original de música eletrônica do Billy the Butcher, e fazer algo no sentido mais áudio-visual.

Já na conceituação eu estou planejando algumas doses cavalares de política e religião para apimentar os projetos, mas aí é que vou ter de sair de casa com um colete à prova de balas!

Confira abaixo um dos seus últimos projetos, ”The Legion of Real Life Supervillains ” !

Outros projetos do Butcher podem ser vistos pela pagina do artista no Behance.

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